O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística estimou em 5.700.807 pessoas com perda auditiva no Brasil. Estima-se que 10-15% das crianças em idade escolar são portadoras de perda auditiva leve e flutuante e 2% portadoras de perda auditiva que exigem uso de aparelhos de amplificação sonora.

 

SAÚDE AUDITIVA INFANTIL

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística estimou em 5.700.807 pessoas com perda auditiva no Brasil. Estima-se que 10-15% das crianças em idade escolar são portadoras de perda auditiva leve e flutuante e 2% portadoras de perda auditiva que exigem uso de aparelhos de amplificação sonora 1. A surdez, caracterizada pela perda total ou parcial da capacidade de ouvir, manifesta-se com diferentes graus, desde perdas auditivas discretas até surdez profunda, podendo ocorrer em um ou ambos ouvidos. Efeitos da privação sensorial auditiva (falta de estimulação sonora) refletem-se no desenvolvimento global da criança, comprometendo de forma mais acentuada as esferas educacional, emocional, social e, sobretudo, de linguagem. A otite média é a doença mais comum em crianças, podendo passar despercebida por pais e educadores e interferir no desenvolvimento de linguagem e rendimento escolar2. Muitos destes alunos passam por desatentos, hiperativos ou com dificuldade de concentração. Nas últimas décadas, a atenção à saúde de escolares vem se tornando prioridade em muitos países, inclusive no Brasil; sendo o fonoaudiólogo responsável por esta área de atuação e pela realização da triagem auditiva. A triagem auditiva é um procedimento simples e rápido que se aplica a um grande número de indivíduos e busca identificar precocemente aqueles que tem alta probabilidade de apresentar perda auditiva e necessitem de diagnóstico audiológico3. Podem ser realizadas dentro da triagem auditiva procedimentos como anmnese (questionários para os pais enviados pela escola), meatoscopia, triagem audiométrica por tom puro, triagem de imitância acústica. Os pais devem receber uma carta com os resultados da triagem auditiva realizada e encaminhados sugeridos, quando necessário, para avaliação otorrinolaringológica e/ou avaliação audiológica completa4. Devem ser realizadas ainda ações educativas com as crianças e professores sobre o funcionamento normal da audição, impacto do ruído na qualidade de vida, formas de prevenção de perda auditiva. Podem ser utilizadas como estratégicas destas ações preventivas gincanas, feira de saúde auditiva, teatro, fantoches, cartilhas educativas para família, avaliação do nível de ruído ambiental na escolas nas diferentes atividades realizadas, tudo de forma lúdica e adequados à faixa etária das crianças3. Recomenda-se a implantação de programas de promoção da saúde e prevenção da perda auditiva em escolares, visando prevenir ou identificar precocemente a perda auditiva e os seus efeitos deletérios na qualidade de vida dos escolares. Aconselha-se, ainda, promover a saúde auditiva em crianças, professores, familiares e comunidade, além de viabilizar mudanças positivas no ambiente escolar tornando-o mais saudável3. REFERÊNCIAS 1. Brasil. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Saúde Escolar. Acesso em 28 de outubro de 2010. Disponível em: http://portaldasaude.pt/NR/rdolyres/programaNacionaldeSaudeEscolar.pdf. 2. Araújo S. A., Moura J.R., Camargo L. A., Alves W. Avaliação auditiva em escolares. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2002; 68(2): 263-266. 3. Lacerda, ABM. Saúde Auditiva no contexto da Educação/Práticas Voltadas e à Prevenção. In: Boéchat, EM. Tratado de Audiologia. 2. ed. RJ: Guanabara Koogan. 2015; p. 415-424. 4. Conselho Federal de Fonoaudiologia. Resolução nº 364, de março de 2009. Acesso em 29 de outubro de 2010. Disponível em: http:/www.fonoaudiologia.org.br/publicações/ambiente_acústico.pdf.

 

Erika Barioni Mantello - FGA. Dra. Erika Barioni Mantello. Doutora pelo Depto. de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Especialista Em Audiologia – CFFA. Aperfeiçoamento em Audiologia e Reabilitação Vestibular - HCFMRP-USP. Fonoaudióloga Assistente do Curso de Fonoaudiologia – FMRP-USP (Programa de Apoio ao Ensino Médico - PAEM).

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